Eu andava pelas ruas nordestinas, que empoeiravam as casas. As pedras ameaçavam deslocar-se de maneira que podiamos cair um belo tombo, ali mesmo, naquele chão pobre de plantio.
Eu andava adiante e enxerguei figuras coloridas que andavam de um lado para o outro. Me aproximei e enxerguei uma bela dança, pessoas vestidas de maneira engraçada. A dança realmente me chamou atenção, todo àquele lado colorido também inspirava um lado romântico.Os pares bailavam alegremente e uma moça com um sotaque engraçado me puxou para a roda e gritou: - Achei! Achei meu noivo! Achei meu noivo!
Eu fiquei inquieto e incomodado com a sua afirmação.
Os paços eram ligeiros e eu brincava de acompanhá-los. A fogueira iluminava a noite escura, mas na verdade a real iluminadora era a lua.
Os vestidos rodavam como relógios sem ponteiros. Os homens falavam de um jeito acaipirado e àqueles que cantavam, acompanhavam a melodia com os pés.
Tudo era atraente, até mesmo os cocares usados nas cabeças das pessoas, do qual me chamaram atenção de uma maneira que eu não desviava os olhos deles, era como o norte de um íma atraído pelo sul de outro íma.
Essa noite foi fantástica, a impressão que dava era que assim, em plena noite a magia chegara, uma magia diferente da claridade.
Marcela Barzilai
